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Não são preguiçosos! Sofrem do distúrbio do sono atrasado!

Quando dormimos, a temperatura diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se o descanso for durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico ? a melatonina ?, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.
Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio-dia, por exemplo, só irão começar a produzir hormônios por volta das 5h da manhã ? por isso têm dificuldade em deitar-se mais cedo no dia seguinte e, consequentemente, acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa acaba por realizar as suas atividades no final da tarde ou à noite, ou seja, quando tem mais energia.
Luciano Ribeiro Júnior, investigador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, realizou em trabalho em consequência ao estudo do Centro de Controle de Doenças, que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ?vespertilidade? têm predisposição para dormirem tarde. No entanto, o factor social e a educação também podem favorecer a tendência?. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.
O vespertino não se encaixa na rotina normal e acaba por ser prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.
Este distúrbio torna-se um verdadeiro problema quando o vespertino entra na fase adulta e não consegue acompanhar o ritmo de vida a que a maioria está acostumada. Estima-se que cinco por cento da população sofra do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela se consegue adaptar à rotina contemporânea.

Consequências

O investigador explica no estudo que, para além da pressão exercida pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade ou déficit de atenção. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior suscetibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.
O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessário uma terapia comportamental complexa, de forma a tentar mudar o hábito, procurando antecipar o sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.

Link: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=47516&op=all




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