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Mais Considerações Sobre o Hipoparatireoidismo

A pesquisadora Dra. Karen K. Winer explica em seu trabalho que nos casos em que a doença é herdada, deve-se considerar que ela é de caráter recessivo, ou seja, é necessário que tanto pai quanto mãe a possuam e que o filho herde os genes defeituosos dos dois. Se herdar de um só, a doença existirá, mas assintomática. Portanto, o risco de transmissão da doença para crianças é de 25% no caso dos pais serem portadores assintomáticos, embora 50% venham a ser portadoras, mas saudáveis. Outras 25% receberão genes normais dos pais e serão geneticamente normais. Só em algumas famílias os meninos sofrem da doença. Esta ligação com o sexo indica a presença de um defeito genético no cromossomo X. Toda esta condição faz do hipoparatireoidismo hereditário uma doença relativamente rara.
O Hipoparatireoidismo observado nos primeiros meses de vida tanto pode ser permanente ou temporário. Normalmente, a doença será detectada apenas aos dois anos de idade.
Considerando-se as causas adquiridas, há o hipoparatireoidismo autoimune, uma condição na qual o sistema imunológico rejeita a glândula, como se fosse um órgão transplantado. Esta doença pode afetar as glândulas paratireóides isoladamente, ou pode ser parte de uma síndrome que envolve muitos órgãos. Um anticorpo que liga ao sensor de cálcio na glândula de paratireóide, foi descoberto no sangue de pacientes com hipoparatireoidismo autoimune. Foi proposto que tais sinais ?falsos? fazem a glândula paratireóide acreditar que o nível de sangue de cálcio ionizado é alto. Respondendo a este sinal, a glândula deixa de fazer o hormônio.
Também cabe ressaltar que, infelizmente, com freqüência, a cirurgia da glândula tiróide resulta em dano permanente às glândulas paratireóides. Em algumas instâncias isto pode ser prevenido através do autotransplante do tecido de glândula paratireóide em uma porção diferente de seu corpo, (freqüentemente o antebraço), na hora da cirurgia inicial da tiróide.
O magnésio é considerado pelos especialistas como fator coadjuvante importante na produção e lançamento de paratirina da glândula paratireóide. Eles explicam que, enquanto doenças de metabolismo de magnésio são incomuns, o alcoolismo crônico é uma causa freqüente de baixos níveis de cálcio e magnésio.
Ainda temos a infiltração da glândula paratireóide por câncer ou inflamação como causa possível para o hipoparatireoidismo. São poucos os medicamentos que tem este efeito colateral e eles estão restritos ao tratamento do câncer.

Tratamento
O mais comum é tratar o hipoparatireoidismo com vitamina D, por que aumenta a absorção do cálcio pelo organismo e com suplementos adicionais de cálcio. É preciso monitorar freqüentemente os níveis de cálcio no sangue e na urina, para garantir que as doses estejam sendo apropriadas: nem muito altas nem muito baixas. Cabe lembrar que o excesso de cálcio pode causar pedra no rim ou calcificação do rim, resultando em insuficiência renal permanente.
Sugere-se ainda o aconselhamento genético para os pacientes e suas famílias. Outro tratamento é sintomático e de manutenção.
Alguns estudos estão sendo feitos com a vitamina d3 para o tratamento do hipoparatireoidismo, tentando determinar a segurança e efetividade deste método, como o conduzido pela Dra. Karen, que está pesquisando a efetividade do hormônio sintético da paratireóide.
O Tratamento com Hormônios Está em Estudo
Espera-se que o hipoparatireoidismo possa estar sendo tratado em breve com hormônios da paratireóide. Infelizmente, o hormônio não é estável em forma de pílula e precisa ser injetado, da mesma forma que os diabéticos precisam injetar insulina.
A Dra. Karen está dirigindo, na Filial de Desenvolvimento de Endocrinologia do Instituto Nacional de Saúde em Maryland, EUA, uma tentativa clínica injetável de hormônio de paratireóide, em pacientes que estão recebendo hormônio de paratireóide humano sintético. A resposta foi comparada à terapia convencional, de Calcitriol e Cálcio. Os resultados indicam que uma única injeção de hormônio pode manter o cálcio de soro na escala normal ao longo do dia. Além disso, níveis de cálcio na urina são mais baixos com o hormônio comparando com a terapia de Calcitriol.
Este tipo de tratamento proporciona aos pacientes alívio dos sintomas sem reações colaterais nos rins, como pedras ou calcificação.
Os efeitos a longo prazo no tratamento com o paratormônio humano sintético em adultos e crianças ainda estão em estudo.

A Importância da Dieta
De acordo com a Dra. Karen K. Winer, o cálcio é mantido no sangue dentro de uma restrita escala própria, através da ação do calcitriol (vitamina D) e do hormônio da paratireóide. "A forma biológica ativa da vitamina D, calcitriol é formada no rim pela estimulação direta do hormônio da paratireóide, o qual é secretado da glândula", explica ela, tecnicamente, acrescentando que, portanto, o Calcitriol aumenta a absorção intestinal do cálcio.
Como a vitamina D adequada é essencial para absorção do cálcio no trato intestinal, ela é, portanto, essencial para o tratamento do hipoparatireoidismo. "A vitamina D do nosso corpo é de diversas fontes", informa a médica. E uma delas é o sol, que, através dos raios ultravioletas, ajudam a fixar a vitamina D. "Exposição à luz do sol pelo menos 10 minutos por dia, em geral previne e pode curar a deficiência da vitamina D", indica a pesquisadora. O leite, a carne e as verduras também são ricos em vitamina D. Suplementos que contenham 400 IU de vitamina D também são úteis, caso haja deficiência alimentar e o paciente passe longas horas em ambientes fechados.
Além disso, é natural que uma dieta com alta concentração de cálcio seja prescrita. "A quantidade de cálcio recomendada para pacientes com hipoparatireoidismo é de 1000 a 1500 mg diariamente", informa a Dra. Karen, que indica esta mesma quantidade para os pais que possuam hipoparatireoidismo. O cálcio está presente nos laticínios, vegetais e algumas bebidas. Leite, yogurte, sorvete e queijo providenciam o necessário diário de cálcio. Para os adultos que tenham intolerância a lactose, indica-se o leite sem lactose ou o suco de laranja fortificado com cálcio, presente nos supermercados. Para os que têm medo de engordar ou sofrem com colesterol alto, sugere-se que optem por produtos sem gordura, ou com baixo teor de gordura. Salmão, sardinhas e tofu também são fontes de cálcio.
Como o fósforo é uma característica dos portadores de hipoparatireoidismo e ele não é excretado na urina, sobrecarregando o sangue, deve-se prevenir evitando-o na alimentação. O fósforo está presente nas sodas e nos cachorros-quentes. O leite também tem muito fósforo, mas pode ser tomado com moderação.

Link: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3931&ReturnCatID=667#O%20que%20%C3%A9%20Hipoparatireoidismo




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