Nova aposta foi barrada pela Anvisa e não tem propriedade comprovada cientificamente
Para dar conta do desejo de tanta gente que sonha em eliminar os quillinhos a mais, o mercado especializado lança a toda hora um novo produto "milagroso". A novidade do momento que promete emagrecimento sem sofrimento é o óleo de cártamo.
Porém, antes de ingressar em novos regimes ou aderir a cápsulas e a outros tipos de produtos mágicos, é recomendável ficar atento, também, aos pontos negativos desses métodos.
Tido pelas indústrias farmacêuticas que apostam em seus poderes antioxidantes, o óleo de cártamo, extraído da planta medicinal asiática cártamo -conhecida desde a antiguidade como corante culinário-, promete acelerar o metabolismo, auxiliando na perda de gordura. Além disso, seria um inibidor de apetite e atuaria como ajudante no ganho de massa muscular.
Mas, segundo Jorge Mancini Filho, diretor da faculdade de ciências farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo), não há embasamento teórico específico que comprove os benefícios do óleo de cártamo.
O professor ainda ressalta que esse óleo pode ser comparado ao de girassol, sem as propriedades emagrecedoras evidenciadas pelas empresas produtoras.
Glaucia Carneiro, membro Sociedade Brasileira de Endocrinologia Metabologia de São Paulo, concorda com Filho. Ela afirma que não há como prescrever um medicamento que não tem comprovações científicas.
- Não há artigos publicados nem estudos que comprovem os benefícios desse produto. Por enquanto, o óleo de cártamo é apenas um suplemento alimentar.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o cártamo é considerado um óleo vegetal, registrado na categoria de novos alimentos ou ingredientes, o que não permite ser intitulado como emagrecedor e, muito menos, conter substancias para tal.
- Frequentemente confunde-se o óleo de cártamo com CLA [ácido linoléico], um auxiliar na queima de gordura não permitido na área de alimentos da Anvisa, por não haver comprovação da segurança de seu uso e de sua eficácia.
Entre 2008 e 2009, a Anvisa realizou um monitoramento dos produtos à base de óleo de cártamo para verificar se as indústrias farmacêuticas estavam cumprindo a legislação sanitária.
Naquela época, foram registradas quantidades significativas de ácido linoléico nos produtos, o que ia ao contrário a legislação. Em consequência dos resultados obtidos, a Anvisa determinou a interdição cautelar dos produtos à base de óleo de cártamo, que continham CLA em sua composição.
Por essa e outras, é importante ficar atento às novidades do mercado para não colocar em risco a sua saúde.
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