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Prolactinoma

"O Prolactinoma é um tumor hipersecretor benigno da glândula Hipófise, de diagnóstico relativamente fácil e tratamento clínico eficaz, raramente necessitando de cirurgia para seu controle."

Introdução

O controle da secreção de prolactina pela Hipófise Anterior é mediado principalmente pela ação inibitória da dopamina secretada pelo Hipotálamo. A secreção de prolactina é pulsátil e segue o ritmo circadiano com níveis mais altos durante o sono e queda gradual pela manhã. Na mulher, níveis cronicamente elevados de prolactina, interferem na secreção hipotalâmica do Hormônio Liberador de Gonadotrofinas levando ao desaparecimento da pulsatilidade do LH e do FSH. Também inibem a secreção ovariana de progesterona. No homem, há alteração na conversão periférica de testosterona em diidrotestosterona, sua fração ativa.

A hiperprolactinemia é a alteração hipotálamo-hipofisária mais comum em endocrinologia, sendo observada em 20 a 30% das pacientes com queixa de amenorréia. O Prolactinoma é o tumor hipofisário hipersecretor mais freqüente, sendo a segunda causa de aumento patológico da prolactina. Podem ser subdivididos em microadenomas (<10mm) e macroadenomas (>10mm). Em geral, têm características essencialmente benignas, mas podem ter comportamento invasivo por comprimir estruturas vizinhas.

Quadro Clínico E Diagnóstico

Pacientes com prolactinoma podem apresentar um quadro clínico bem variável, com sintomas relacionados à hipersecreção de prolactina e sinais decorrentes da compressão causada pelo crescimento tumoral. Na mulher, podem ocorrer alterações menstruais, tais como amenorréia, espaniomenorréia, oligomenorréia. Galactorréia está presente em até 80% dos casos. Queixas decorrentes do hipoestrogenismo, como dispareunia e diminuição da libido também são comuns. Em mulheres na pré-menopausa, a hipersecreção de prolactina é fator de risco comprovado para osteoporose. No homem, as manifestações mais comuns são a diminuição da libido e de potência sexual, bem como infertilidade. A presença de galactorréia e ginecomastia é rara.

Cefaléia, náusea, vômitos e alterações do campo visual podem se fazer presentes quando o tumor comprime estruturas adjacentes como o Quiasma Óptico e Seio Cavernoso. A compressão da haste hipofisária ou do tecido hipofisário normal pode levar ao hipopitutarismo.

O diagnóstico é feito através da dosagem de prolactina basal e tomografia computadorizada da sela túrcica. A ressonância magnética e o exame neuro-oftalmológico podem complementar a investigação. Deve-se afastar gravidez, uso de drogas que aumentem o nível de prolactina, hipotireoidismo primário e outras causas. Os níveis de prolactina normalmente ultrapassam os 150ng/ml (normal até 15 ng/ml) nos pacientes com prolactinoma.

Tratamento

O crescimento do prolactinoma pode ser inibido farmacologicamente, com agonistas dopaminérgicos como a bromocriptina, cabergolina, pergolida e lisurida, entre outros. Estas drogas não só inibem o crescimento tumoral como promovem uma diminuição de seu diâmetro e normalizam os níveis séricos de prolactina. O principal objetivo do tratamento é a reversão da infertilidade, que é a queixa clínica mais comum.

Os agonistas dopaminérgicos devem ser utilizados durante toda a vida e tem ótima eficácia. Somente em casos raros, onde a normalização dos níveis de prolactina persiste após descontinuidade do tratamento, é que se pode efetuar a retirada segura da droga. Reações adversas como náuseas, vômitos e hipotensão postural ocorrem usualmente no início do tratamento.

Por ser uma droga amplamente estudada e segura, a bromocriptina é o agonista de escolha atualmente. Todavia, estudos recentes com os novos agonistas dopaminérgicos, como a cabergolina e pergolida, indicam que essas drogas apresentam maior eficácia e tolerabilidade que a bromocriptina.

A cirurgia só é indicada em pacientes com prolactinomas, caso haja intolerância ou resistência comprovadas à medicação. A radioterapia tem indicação em casos de resistência à medicação ou em macroadenomas de grandes proporções, após se obter redução tumoral com tratamento clínico.

Conclusão

O Prolactinoma é o tumor hipersecretor mais freqüente da glândula Hipófise, de característica essencialmente benigna, mas que pode assumir papel invasivo por compressão das estruturas intimamente adjacentes à glândula. É mais freqüente em mulheres e está associado a distúrbios menstruais e principalmente à infertilidade. O tratamento clínico com agonistas dopaminérgicos é altamente eficaz na redução tumoral e no controle dos níveis de prolactina. A Radioterapia e a cirurgia estão restritas a pacientes com resistência à medicação ou com macroadenomas de grandes proporções.

Link: http://boasaude.uol.com.br/realce/showdoc.cfm?libdocid=14431&ReturnCatID=1819




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