Aspartame, um dos adoçantes mais usados (e combatidos)
O aspartame (com marcas como Equal, Nutrasweet e Canderel) é o ingrediente que adoça cerca de 6.000 produtos alimentícios e bebidas não-alcoólicas no mundo inteiro. Ele também está presente em suplementos vitamínicos, gomas de mascar, balas e confeitos. O produto é a soma de dois aminoácidos naturais: o ácido aspártico e a fenilalanina. Esses aminoácidos são amplamente encontrados na natureza, em carnes, aves, peixes, ovos e queijos. O aspartame é 180 vezes mais doce que o açúcar, não deixa sabor amargo e sua contribuição calórica é tão diminuta que nem precisa ser levada em conta. O sabor doce do aspartame é de longa duração e pode ser usado, com melhora no gosto, com outro adoçante chamado acesulfame-K. Não pode ser usado no cozimento de alimentos, pois suas ligações químicas se rompem. Várias acusações, todas infundadas, foram divulgadas contra o aspartame -- foi dito que causava câncer em animais de laboratórios. Recentemente, o fabricante do produto financiou, sem ser identificado, uma extensa investigação sobre efeitos colaterais do uso de aspartame. O relatório de mais de cem páginas, de autoria de um grupo de cientistas de dez universidades e escolas, foi publicado em setembro de 2007. A conclusão unânime foi de que o aspartame é seguro para uso humano nas quantidades usuais, sem ocorrência de efeitos neurológicos, carcinogênicos ou prejudiciais à saúde do ser humano.
Sucralose, obtida a partir da sacarose
O adoçante sucralose, conhecido como Splenda nos EUA e Europa e como Linea no mercado brasileiro, é sem dúvida uma das excelentes possibilidades para substituir o açúcar comum (sacarose) sem adição de calorias. Isso porque a sucralose tem gosto exatamente igual ao açúcar de cana, de onde, aliás, foi inicialmente obtido. Do ponto de vista químico, é uma triclorosacarose, ou seja, uma sacarose com cloro na molécula, que passa a ter poder edulcorante cerca de 600 vezes maior que o do açúcar comum. É muito estável sob ação do calor, o que permite uso no preparo de bolos, sobremesas, frutas em calda e outras delícias sem o "pecado" das calorias. Deve-se considerar, porém, que 0,5 grama da embalagem (cerca de 1 colher de chá, rasa) tem cerca de 2 calorias, pois o fabricante adiciona outros ingredientes (como dextrose e maltodextrina) para dar "volume" ao envelopinho. Mais de cem estudos científicos sobre a segurança da sucralose confirmaram que esse adoçante não apresenta efeitos tóxicos e carcinogênicos ou determina alterações metabólicas. Um fato interessante: a absorçào da sucralose no tubo gastrointestinal é de apenas 20%. O restante é excretado por vias naturais.
O adoçante herbal stevia e o novo acesulfame-K
Por muitos e muitos anos, tribos indígenas do sul do Brasil e da região das Missões Jesuítas na Argentina e no Paraguai usavam as folhas de stevia (Stevia rebaudiana) para fins medicinais e para adoçar o mate. Como substituto do açúcar, o sabor da Stevia é prolongado no paladar, sem aquele gostinho amargo no final. Tem cerca de 300 vezes a propriedade edulcorante do açúcar comum e logo foi adotado pelos "naturebas" como o adoçante mais natural. Mas não é bem assim. O Japão, sempre um pouco desconfiado dos adoçantes "made in USA", passou a cultivar a stevia em 1970, obtendo o produto ativo edulcorante que foi denominado "steriosideo". Até hoje, cerca de 40% dos produtos artificialmente adoçados no Japão contêm stevia como edulcorante. A China logo adotou a stevia e hoje é a maior exportadora do produto no mundo. Como não podia deixar de acontecer numa matéria tão polêmica, um estudo de 1985 apontou o extrato de stevia como possível carcinogênico -- o que logo foi desmentido. A stevia melhora a sensibilidade da ação da insulina e seria útil a diabéticos. Outro adoçante ganha destaque no momento: acesulfame-K. Trata-se de um sal do potássio com cerca de 200 vezes mais poder de adoçar que o açúcar. É muito pouco utilizado de forma isolada -- com freqüência, é misturado a outros edulcorantes, como o aspartame. Com a mistura, o resultado final é uma maior semelhança com o açúcar comum.
O consenso médico sobre adoçantes
O uso de substitutos de açúcar é extremamente útil para os milhões de diabéticos que temos no planeta. Tal providência nutricional economiza a preciosa insulina de que o diabético necessita para o metabolismo, mantém o nível calórico da dieta em valor mais baixo, permite a ingestão de doces dietéticos sem culpa e dá melhor qualidade de vida ao paciente. Por outro lado, a imensa população que sofre de obesidade e muitos que não desejam desenvolver excesso de peso usam o adoçante para reduzir o consumo calórico e apaziguar suas culpadas consciências. Essa atitude é considerada saudável -- pelos últimos estudos toxicológicos, parece que estamos utilizando produtos com adoçantes considerados seguros.
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