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Problemas das glândulas supra-renais

As duas glândulas supra-renais, localizadas sobre os rins, na região lombar (parte inferior das costas) (Ver imagem da secção 13, capítulo 146), produzem vários tipos de hormonas. A porção interna (medula) de cada glândula produz adrenalina e noradrenalina, responsáveis pela reacção de defesa contra o perigo e a tensão emocional. A porção externa (córtex) produz aldosterona, que regula o equilíbrio de sal no organismo e cortisol, que é um componente essencial no processamento das proteínas, das gorduras, dos hidratos de carbono e de certas hormonas masculinas (androgénios).

Em algumas afecções das glândulas supra-renais, o cortisol e a aldosterona normalmente não são produzidos porque faltam os enzimas necessários para tal fim. O hipotálamo detecta os valores baixos dos mesmos e estimula a hipófise, que tenta activar as glândulas supra-renais para que estas produzam suficientes cortisol e aldosterona. As supra-renais aumentam 10 a 20 vezes o seu peso normal devido ao estímulo constante do hipotálamo e da hipófise, embora continuem a ser incapazes de produzir cortisol e aldosterona. No entanto, podem produzir grandes quantidades doutras hormonas, como os androgénios, responsáveis pela masculinização.

Sintomas e diagnóstico

Uma insuficiência de hormonas supra-renais provoca vários sintomas, dependendo da hormona em questão. Se a produção de aldosterona for baixa, é excretado demasiado sódio na urina, provocando uma hipotensão e elevados valores de potássio no sangue. Se a produção de cortisol for deficiente, sobretudo se a produção de aldosterona for interrompida, pode provocar uma má função supra-renal, com risco de morte nos dias ou semanas posteriores ao nascimento, acompanhada de hipotensão, frequência cardíaca acelerada e insuficiência funcional de vários órgãos.

Uma insuficiência androgénica antes do nascimento provoca o crescimento inadequado dos genitais nos homens (abertura uretral anormal, pénis e testículos pequenos), doença chamada pseudo-hermafroditismo masculino. As meninas com deficiência de hormonas supra-renais parecem normais ao nascer, mas não experimentam as alterações da puberdade nem menstruam.

Um excesso de hormonas supra-renais também provoca sintomas. Quando o feto feminino é exposto a altos valores de androgénios no início da gravidez, os genitais desenvolvem-se anormalmente. A parte externa dos mesmos masculiniza-se (pseudo-hermafroditismo). Se tal exposição se der antes da 12.ª semana de gravidez, os lábios podem fundir-se, desenvolvendo-se apenas uma abertura para a uretra e para a vagina. Depois da 12.ª semana de gestação, o efeito principal é a dilatação do clitóris, com aparência de pénis. Os ovários, o útero e os outros órgãos reprodutores internos desenvolvem-se normalmente. Os fetos masculinos não são essencialmente afectados pelos valores altos de androgénio.

Em crianças pequenas, os valores altos de androgénio provocam um crescimento acelerado. No entanto, como os ossos maturam mais rapidamente que o normal, depressa deixam de crescer e a altura final é inferior à normal.

As afecções das glândulas supra-renais são diagnosticadas pela medição dos valores de hormonas supra-renais em amostras de sangue ou de urina.

Tratamento

O tratamento requer a administração de uma hormona sintética para repor a que as glândulas supra-renais não podem produzir. Uma vez que a hormona deficiente seja reposta, o hipotálamo e a hipófise deixam de estimular as glândulas supra-renais, com o que estas interrompem a produção de quantidades excessivas doutras hormonas. A carência de cortisol trata-se com corticosteróides, como a hidrocortisona ou a prednisona. Para uma carência aguda, que constitui uma urgência, é necessário um tratamento com líquidos, sódio e outros minerais. A aldosterona é utilizada como tratamento da sua própria deficiência de androgénio. A tensão arterial mede-se com frequência porque se os valores destas hormonas forem demasiado elevados ou demasiado baixos, podem alterar a regulação do sal e da água do corpo, afectando a tensão arterial. O crescimento é controlado duas vezes por ano e a idade óssea é determinada uma vez por ano mediante uma radiografia à mão. Com quantidades suficientes de hidrocortisona, o crescimento é normal. As meninas que tenham sido expostas a valores elevados de androgénio precisam muitas vezes de uma reconstrução cirúrgica dos genitais externos para criar uma abertura vaginal normal por razões estéticas.

Fonte: http://www.manualmerck.net




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