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Puberdade precoce é 10 vezes mais frequente em meninas

Sua filha tem menos de oito anos, é mais alta que as coleguinhas e já precisa usar sutiã? Seu garoto tem menos de nove e ele já precisa usar desodorante? Fique atento, pois esses podem ser sinais de puberdade precoce, um desenvolvimento acelerado das características sexuais em um momento inadequado da vida da criança.

Segundo o endocrinologista Durval Damiani, chefe da Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), a puberdade é um processo natural de maturação biológica que acontece normalmente nas meninas entre os oito e os 13 anos e nos meninos entre os nove e os 14. Nas meninas, o aparecimento de sinais como mamas, pelos pubianos, muita altura e menstruação antes dos oito anos pode representar um quadro de puberdade precoce. Nos meninos, aumento dos testículos e o surgimento de pelos pubianos indicam a possibilidade da condição, que não necessariamente é uma doença. 

A puberdade precoce é 10 vezes mais frequente em meninas do que em meninos. Em grande parte das vezes, em ambos os sexos, não há uma causa definida, e não necessariamente a criança necessita de um tratamento. Nesses casos, os sinais são apenas um despertador que avisa que o corpo da criança está se transformando em um corpo de adolescente. Em uma consulta pediátrica, o médico faz os exames clínicos e diagnostica a puberdade precoce. Se achar necessário, encaminha o paciente para um endocrinologista, que vai investigar as causas por meio de exames laboratoriais, acompanhar o desenvolvimento da criança e avaliar se é necessário um tratamento.

Corpo de adolescente, jeito de criança

O endocrinologista pediátrico Paulo Solberg, integrante do Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que algumas crianças podem tornar-se adultos mais baixos, devido ao crescimento ósseo muito acelerado durante um curto período. Para essa situação, há medicações que funcionam como bloqueadoras dos hormônios da puberdade. O tratamento com esses remédios desacelera o processo e melhora a altura final no futuro.

Outro benefício do tratamento está relacionado aos possíveis transtornos psicológicos e de comportamento associados a esse desenvolvimento sexual precoce. Segundo o especialista, ter um corpo de adolescente quando ainda se tem comportamento de criança pode fazer a criança se sentir diferente e constrangida. Outra situação comum é os pais exigirem do filho um comportamento de adolescente, motivados pela aparência física, e esquecerem que ele ainda é uma criança. Além do tratamento com os bloqueadores de hormônios, os pais devem conversar com o pequeno, explicar o que está acontecendo com o seu corpo e aceitar que ele se comporte como uma criança, de acordo com a sua idade cronológica.

Quanto antes diagnosticada, maior o sucesso do tratamento

Apesar da puberdade precoce ter causa desconhecida na maioria das vezes, em alguns casos é possível que o processo tenha uma causa secundária, motivada por diversos outros problemas de saúde. Tumores em glândulas endócrinas, como útero, testículos e hipófise, localizada no cérebro, podem resultar em puberdade precoce. No entanto, situações de tumores são muito raras e devem ser avaliadas caso a caso por especialistas. Ter acesso a hormônios sexuais durante a infância, presentes em alguns cremes de pele e em comprimidos anticoncepcionais, também pode estimular o processo.

Há mais chances do desenvolvimento precoce ter uma causa secundária nos meninos do que nas meninas. Por isso, em geral, a puberdade precoce pode ser mais perigosa neles. Em ambos os sexos, o sucesso do tratamento está ligado ao diagnóstico antecipado. Quanto antes os pais observarem as mudanças no corpo das crianças e levarem os filhos ao médico, menor a possibilidade de haver problemas sérios no desenvolvimento da criança. O acompanhamento do pediatra na vida da criança também é indispensável, mesmo que ela já seja quase um adolescente.

Fonte: Terra Brasil


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