Pesquisadores da Johns Hopkins descobriram que danos ao
coração de obesos jovens podem ser revertidos após uma dieta restritiva e perda
de peso. O estudo foi feito com ratos, divididos em dois grupos: um de animais
mais jovens, outro com ratos mais velhos.
"Nossa pesquisa indica que quanto maior é tempo de
obesidade, maior é o risco de irreversibilidade da lesão cardíaca", diz
Majd AlGhatrif, o primeiro autor do estudo e professor assistente na escola de
Medicina da Universidade Johns Hopkins.
"Nós não sabemos se o mesmo princípio se aplica aos
seres humanos. Mas a mensagem básica é que a perda de peso, mais cedo ou mais
tarde, seria mais benéfica", diz Lili Barouch, principal autora do estudo,
cardiologista e professora assistente Johns Hopkins.
Os resultados do estudo foram publicados na versão online do
Journal of Translational Research Cardiovascular.
Todos os camundongos foram geneticamente modificados para
nascer sem leptina, um hormônio que provoca a sensação de saciedade. A
deficiência de leptina provoca excessos e obesidade, por isso sempre que a
comida estava disponível, os ratos comiam demais. Ambos os grupos apresentaram
evidências de danos ao coração, incluindo a rigidez diastólica, o que afeta a
capacidade do coração de relaxar e contrair, e que pode levar à insuficiência
cardíaca.
Ambos os grupos de ratos perderam a mesma quantidade de peso
com a dieta de restrição calórica, depois de quatro semanas. No entanto, nos
ratos mais jovens houve retorno à função diastólica normal e uma redução dos
depósitos de gordura em células do coração. Nos ratos mais velhos, a função
cardíaca permaneceu prejudicada mesmo com uma significativa redução no estresse
oxidativo, que danifica o coração.
Embora a descoberta mostre menor capacidade de reverter
danos cardíacos em indivíduos mais velhos, a pesquisadora alerta que mais
estudos são necessários, e que os dados devem encorajar as pessoas a perder
peso. De preferência, o mais cedo possível.
O estudo foi financiado por doações da American Heart
Association, American Diabetes Association e National Institutes of Health.