O diagnóstico de diabetes na criança quase sempre vem acompanhado de um forte stress por toda a família. Na fase inicial existem vários sentimentos, muitas dúvidas e até mesmo revolta (Por que eu? O que eu fiz? De quem é a culpa? Como irei me tratar, aplicar a insulina etc.).
A aceitação por parte da família, a união, a solidariedade, conseguem fazer milagres. É fundamental não haver uma superproteção. As respostas devem ser dadas de forma direta, claras.
Quanto mais cedo a criança puder fazer a auto-aplicação e monitorização, maior será o processo de independência e conscientização. A criança bem controlada se apresenta saudável, tranqüila, com bom desenvolvimento estatural, psicológico e escolar. O equilíbrio no ambiente que freqüenta é fundamental para a adaptação à nova realidade. Quando a família aceita bem o diagnóstico, as coisas tendem a fluir melhor.
Muitas vezes, apesar da orientação alimentar adequada, da insulinoterapia bem feita, atividade física regular, o controle ainda é instável. Isto acontece devido aos inúmeros fatores que interferem no controle glicêmico e é nesta fase, principalmente, que a monitorização várias vezes ao dia é tão importante.
Somente com paciência, dedicação, conhecimento, seremos capazes de superar as dificuldades que surgem no dia-a-dia dos diabéticos. A criança e o adolescente diabéticos bem controlados podem fazer tudo o que uma pessoa não-diabética faz: brincar, trabalhar, divertir-se, fazer esportes, namorar, ter filhos no momento certo.
Existem muitos avanços que irão em breve modificar a monitorização e o tratamento do diabetes, tais como os novos glicosímetros não invasivos, as novas insulinas por inalação. Embora a promessa do transplante de pâncreas esteja aumentando, o tratamento inten-sivo do diabetes é a melhor terapêutica que podemos proporcionar atualmente para os nossos pacientes.