Ministério da Saúde anuncia redução de sódio em alimentos
Em 2011, as indústrias alimentícias assumiram um acordo com o Ministério da Saúde para diminuir a concentração de sódio em alimentos industrializados presentes na alimentação diária do brasileiro. Em um ano foram reduzidos 1.295 toneladas de sódios de três alimentos: pão de forma, bisnaguinhas e macarrão instantâneo. A previsão é de que a retirada desse item chegue a mais de 1,8 mil toneladas até o final de 2014. Essa melhoria na alimentação do brasileiro é resultado de um acordo de cooperação entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (ABIA).
Esta parceria reúne um total de 16 categorias de alimentos, representando 90% do sódio em produtos industrializados, e busca a redução de 28 mil toneladas de sódio até 2020. O objetivo desta ação é alertar a população e incentivar a mudança de alguns hábitos alimentares, tanto em consumo de sal quanto na escolha dos produtos que se consome.
Em entrevista coletiva, realizada na manhã desta terça-feira, dia 12 de agosto, no Ministério da Saúde, o Ministro Arthur Chioro destacou que esta redução de sódio na alimentação do brasileiro se materializa na redução, em longo prazo, no número de óbitos por Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como infarto e AVC. "É importante ressaltar ainda que não estamos banindo o consumo do sal, e sim, evitando o excesso, que é prejudicial à saúde", comentou ele.
Sobre o Acordo
Esse acordo é de adesão voluntária das indústrias e estabelece o monitoramento das informações nutricionais dos rótulos dos produtos e também análises laboratoriais de produtos coletados no mercado e a utilização dos ingredientes a base de sódio pelas indústrias.
Desde o início de 2013, estão sendo coletadas e analisadas amostras de categorias de produtos firmados nas duas primeiras etapas da parceria. Foram pactuadas metas voluntárias de redução, oficializadas por meio de quatro termos de compromisso entre o Ministério da Saúde e a ABIA. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis, do Ministério da Saúde, lançado em 2011, tem como metas incentivar a atividade física, a alimentação saudável, a prevenção da obesidade infantil nas escolas, orientar sobre a importância de parar de fumar, a expansão da assistência em doenças crônicas e a redução do sódio nos alimentos. Tais iniciativas visam reduzir e prevenir mortes prematuras por diabetes, câncer, hipertensão e outras doenças do aparelho circulatório e respiratório.
O número de redução de sódio em alimentos processados foi identificado a partir da análise de rotulagem nutricional e amostras avaliadas em laboratórios pela ANVISA nas três categorias de alimentos e foram utilizados como metas os parâmetros de redução de sódio, estabelecidos em 2011 no acordo entre o Ministério da Saúde e a ABIA.
Estudo Mostra Consumo Exagerado
Um estudo feito pelo Ministério da Saúde, também divulgado durante a coletiva, mostra que o brasileiro tem uma noção equivocada sobre a quantidade de sal que ingere diariamente e sobre quais seriam os níveis adequados da ingestão de sódio, pois acredita que ingere menos sal do que esta consumindo na realidade.
Estima-se, no Brasil, o consumo de quase 12g de sódio por pessoa diariamente, mais que o dobro recomendado pela OMS (5g diárias). Esse consumo exagerado de sódio está ligado ao aumento no risco de incidência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, renais, entre outras), que são responsáveis por 72% das causas de morte no Brasil.
"Se o consumo de sódio for regularizado de acordo com a recomendação da OMS, os óbitos por acidentes vasculares cerebrais, por exemplo, podem diminuir em 15% no país", afirmou o ministro.
Fonte: http://www.endocrino.org.br/
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