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Mitos e verdades sobre reposição hormonal

Ondas de calor, irritação, ressecamento vaginal, redução na libido, menstruação irregular, insônia, fadiga, dificuldade de concentração, alterações na pele e nos cabelos. Quando sintomas como esses começam a aparecer, normalmente entre os 45 e 50 anos, fica fácil adivinhar: é a menopausa batendo à porta. A fase marca a aposentadoria dos ovários, que gradativamente deixam de produzir os hormônios estrogênio e progesterona, culminando no fim da vida reprodutiva e na suspensão da menstruação.

Para algumas mulheres essa etapa de transição não chega a causar grandes desconfortos. Outras, no entanto, apresentam sintomas tão intensos que têm a qualidade de vida bastante prejudicada. Para ajudar essa parcela a escapar do sofrimento, os médicos começaram a indicar, na década de 1960, a Terapia Hormonal (TH). Assim, tornou-se possível driblar o déficit natural do período. A con trovérsia Tudo ia bem até 2002, quando uma pesquisa conhecida como Women´s Health Initiative foi publicada no Journal of the American Medical Association. O trabalho, que contou com a participação de 27 mil voluntárias americanas, chegou à conclusão de que o tratamento com hormônios aumentava os riscos de eventos como câncer de mama, infarto e derrame. A partir daí a terapêutica passou a ser vista com muita desconfiança. 


Por causa do burburinho, a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Associação Brasileira de Climatério (Sobrac) decidiram divulgar um comunicado no qual ressaltavam alguns pontos importantes da pesquisa. Entre eles estavam o fato da pesquisa ter sido feita com mulheres que estavam na menopausa há um bom tempo. Além disso, as doses utilizadas eram altas em relação aos padrões brasileiros e só foram testados tratamentos manipulados por via oral. Sendo assim, não havia razão para pânico.

Dúvidas freqüentes 
Polêmicas à parte, uma coisa é certa: o tema ainda gera muitos pontos de interrogação. Por isso, procuramos especialistas para comentar algumas informações que sempre ouvimos, mas nunca temos certeza se são completamente verdadeiras. Confira. 

Todas as mulheres podem se submeter à terapia hormonal quando a menopausa chegar:
Nada disso. De acordo com Maria Celeste Osório Wender, vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério (Sobrac), há contraindicações bem definidas. Elas incluem: passado de câncer de mama ou de endométrio, presença de sangramento vaginal anormal sem diagnóstico e de doença hepática ou cardíaca severa.  

Doenças ou condições pré-existentes como diabetes, colesterol alto e hipertensão inviabilizam a TH: 
Com exceção dos quadros mencionados acima, todos os outros são passíveis de análise. “Para se submeter ao tratamento é preciso, antes de tudo, ter indicação. Assim, cada caso é avaliado individualmente”, completa Dolores Pardini, diretora do Departamento de Endocrinologia Feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).  

Quem faz uso de hormônios engorda:
“Já está absolutamente esclarecido que isso não acontece”, afirma Dolores, para acabar de vez com o temor de uma boa parcela da população feminina. Vale lembrar que, no geral, tanto homens quanto mulheres tendem a ganhar peso com o passar dos anos. Além disso, “na menopausa, elas assumem uma distribuição corporal mais masculina, ou seja, a gordura começa a se concentrar na região do abdome. Com a terapia hormonal, no entanto, os excessos se depositam em outras áreas, como mamas e quadril”, diz a vice-presidente da Sobrac, evidenciando outro fator que pode dar a falsa impressão de que a TH causa aumento de peso. 

Depois que a terapia é interrompida a mulher envelhece mais rápido:
Não é bem assim. A mulher envelhece na velocidade normal. “A diferença é que durante a reposição hormonal se sente mais jovem, já que o tratamento proporciona benefícios estéticos importantes”, analisa o ginecologista Eduardo Zlotnik, do Einstein. 

Fonte: www.delas.ig.com.br


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