Muitas mulheres acreditam que a falha do ciclo menstrual ou até mesmo o atraso por alguns dias significa que há algo de errado com a saúde de seu corpo. Correto. Eventualmente, esse quadro pode indicar problemas no organismo ou uma gravidez indesejada.
A ausência regular de menstruação é chamada de amenorréia. Ela é classificada em duas categorias: primária e secundária. O primeiro caso é aquele em que a mulher nunca menstruou, geralmente detectada após os 14 anos. No segundo episódio, mais comum, a mulher apresenta carência de menstruação durante três meses consecutivos ou mais.
Segundo estudos, 10% das mulheres apresentam amenorréia secundária. No entanto, muitas confundem pequenos atrasos da menstruação com o problema. É normal ter até três ciclos menstruais irregulares ao ano. Isso não é doença. Entretanto, quando a falha ultrapassa os três meses, é importante que a mulher procure o médico e faça alguns exames diagnósticos.
O pensamento inicial de quase todas as mulheres é a gravidez.
Essa seria a causa mais simples. No entanto, outros agravantes podem estar relacionados à amenorréia. A falha pode estar ligada ao estresse, menopausa precoce, desvios hormonais e disfunções ovarianas ? uma das mais comuns é a síndrome de ovários policísticos, isto é, pequenos cistos no ovário ? e distúrbios da hipófise (glândula cerebral responsável pela prolactina, substância produtora do leite materno). Deve-se, portanto, entender a amenorréia não como uma doença, mas um sintoma, um sinal de algum problema que deve ser descoberto.
A amenorréia apresenta com mais freqüência em mulheres que praticam exercícios físicos excessivos. Dietas bruscas, rápida perda de peso e a ingestão de hormônios masculinos (a androgenização) também podem desencadear a doença.
Já a amenorréia primária é menos comum. A menina pode apresentar a agenesia gonadal (ausência de ovários), síndrome
de pseudo-hermafroditismo ou o hímen imperfurado. Neste último caso, chamado de ?falsa amenorréia?, a mulher menstrua, mas o sangue fica dentro da vagina e do útero, pois não consegue sair. Fisiologicamente, isso não lhe causa mal, mas muita dor.
Os sintomas são complexos. Dependendo do problema da paciente, as cirurgias, como no hímen imperfurado, são as mais indicadas. Em muitos casos, porém, não há tratamento. Isso não quer dizer que as causas da amenorréia sejam insolúveis. No pseudo-hermafroditismo, por exemplo, o motivo pode ser solucionado, sem, contudo, conseguir o início do ciclo menstrual ? em outras palavras, a mulher permanecerá infértil.
Já na amenorréia secundária é muito mais simples. O tratamento varia conforme o desejo da paciente. Além da orientação psicológica, nos casos de estresse, pode ser feito tratamento com hormônios, para induzir a ovulação e possibilitar a gravidez. Cirurgias, nesse caso, são menos freqüentes.
É importante lembrar que antes de qualquer tratamento são necessários exames de avaliação hormonal, ultra-sonografias variadas e, eventualmente, tomografias cerebrais, quando o
médico desconfiar de que a causa está vinculada a problemas
no sistema nervoso central.