Em carta-aberta divulgada nesta segunda-feira, entidades de saúde brasileiras exigem que o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabeleça a imediata proibição de gorduras trans nos alimentos em território nacional — à semelhança do que já acontece na Europa e nos EUA.
O documento é assinado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), entre outras entidades. As gorduras insaturadas trans, conhecidas como gorduras trans são associadas a um risco elevado de morte por doença cardiovascular, obesidade e hipertensão com colesterol elevado. Elas são encontradas especificamente em produtos processados, nos óleos hidrogenados que os mantêm conservados.
No documento, as entidades questionam o fato do Guia Alimentar para População Brasileira (GAPB), lançado em 2006, restringir o consumo de gordura trans a 1% do valor energético diário, o que corresponde a aproximadamente 2 g/dia em uma dieta de 2 mil calorias, baseando-se em uma sugestão publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de 1995.
Em 2004, a própria OMS reviu a sua sugestão e lançou a Estratégia Global para Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde com a meta de eliminação do consumo de gordura trans industrial.
"A participação de alimentos industrializados contendo gordura trans na dieta contemporânea é traço marcante do padrão alimentar atual da população. Seu consumo causa impacto na saúde, tanto no desenvolvimento de doenças crônicas quanto no estado nutricional", afirma o documento.
"Neste sentido, a SBD junto com a SBEM e Abeso, vem a público neste momento de mudança em relação aos hábitos de vida, solicitar a retirada completa em tempo hábil, de todo alimento que contenha gordura trans".
Dia 14 de Novembro é o Dia Mundial do Diabetes, doença epidêmica que atinge mais de 350 Milhões no mundo todo. No Brasil, estima-se 14 milhões de pessoas e a maioria obesos, hipertensos com colesterol elevado e com risco de morte por doença cardiovascular muito elevado.
ANVISA: REGRAS PARA GORDURAS TRANS PODEM SER REVISTAS