Comer depressa aumenta risco de síndrome metabólica
Um estudo publicado em setembro de 2015 avaliou a incidência de síndrome metabólica e sua correlação com o hábito de comer depressa, principalmente em pessoas com maior circunferência abdominal e com níveis mais altos de colesterol HDL (HDLc). São várias as hipóteses para explicar porque o comer depressa pode ter um impacto sobre a incidência de síndrome metabólica.
Em primeiro lugar, em função de um retardo na sensação de saciedade, a ingestão rápida de alimentos pode gerar um consumo alimentar de maior volume, até que o estômago dê sinais de plenitude. Em segundo lugar, a ingestão rápida de alimentos pode resultar num aumento da resistência à insulina, característica essa da própria síndrome metabólica.
Esse estudo incluiu 8.941 participantes com idades entre 40 e 75 anos, sem síndrome metabólica no início do estudo, os quais completaram um questionário em 2008 e foram seguidos até 2011 para determinar a correlação entre comer depressa e a incidência de síndrome metabólica.
Na avaliação final, 647 participantes foram diagnosticados como portadores de síndrome metabólica. A taxa de incidência foi de 2,3% no grupo que comia mais pausadamente e de 3,1% entre aqueles que comiam mais rapidamente. A incidência de síndrome metabólica esteve significativamente associada com a velocidade de comer na análise ajustada em relação à idade e sexo. Após ajuste pleno dos resultados, a incidência de síndrome metabólica foi 30% maior no grupo que se alimentava mais apressadamente. Uma correlação significante foi observada entre a velocidade de comer, a circunferência abdominal e os índice de HDLc.
Os autores concluem que comer vagarosamente pode ser um fator importante de estilo de vida para a prevenção da síndrome metabólica.
Você tem dúvidas sobre o que é a Síndrome Metabólica?
Na década de 80, um pesquisador chamado Reaven, observou que doenças frequentes como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol estavam, muitas vezes, associadas à obesidade. E mais que isso, essas condições estavam unidas por um elo de ligação comum, chamado resistência insulínica.
A valorização da presença da Síndrome se deu pela constatação de sua relação com doença cardiovascular. Quando presente, a Síndrome Metabólica está relacionada a uma mortalidade geral duas vezes maior que na população normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior.
A insulina é o hormônio responsável por retirar a glicose do sangue e levá-la às células do nosso organismo. A ação da insulina é fundamental para a vida. Mas, a insulina também é responsável por inúmeras outras ações no organismo, participando, por exemplo, do metabolismo das gorduras. Resistência insulínica corresponde então a uma dificuldade desse hormônio em exercer suas ações. Geralmente ocorre associada à obesidade, sendo esta a forma mais comum de resistência.
Fonte: www.diabetes.org.br
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